Teatro de Shakespeare

19 May

Pouca coisa se sabe sobre a vida de William Shakespeare. A falta de maiores informações sobre sua vida chegou a inspirar dúvidas quanto à verdadeira autoria de suas peças. Sabe-se apenas, com certeza, que ele nasceu em Stratfordon-Avon, a 22 de abril de 1564, e morreu na mesma cidade, a 23 de abril de 1616. Teria freqüentado o colégio público de sua cidade natal, casado muito cedo e se tornado ator. Ao transferir-se para Londres, em 1592, já era um dramaturgo conhecido. Dono do Globe Theatre, tornou-se um homem próspero e aplicou os lucros na compra de
propriedades e terrenos em sua cidade, onde se instalou definitivamente em 1611. A arte dramática de Shakespeare pode ser dividida em três fases. Numa primeira, que vai de 1590 a 1602, o dramaturgo escreveu comédias alegres e ligeiras, dramas históricos e tragédias no estilo renascentista. a segunda fase, iniciada em 1602 e que vai até aproximadamente 1610, caracteriza-se por tragédias grandiosas e comédias amargas; enquanto na terceira fase, que vai até o fim de sua vida, foram produzidas peças feéricas com finais conciliatórios. Embora alguns críticos queiram atribuir essas diferenças a acontecimentos de sua época, não há evidências que possam comprovar essa teoria. O mais provável é que tenha ocorrido uma simples mudança de estilo.
Sua primeira peça, “Titus Andronicos”, escrita provavelmente em 1590, já trazia alguns elementos do universo shakespeariano: uma tragédia de horrores, cheia de assassinatos e violações, em que se vislumbra o toque do supremo analista da alma humana. Apesar de ter gozado de grande popularidade na época, essa obra seria mais tarde considerada indigna de Shakespeare. Em seguida, começou a elaborar peças históricas e comédias populares. Dessa fase, são mais conhecidas hoje: “A megera domada”, cuja fonte foi uma antiga peça anônima e escrita apenas para divertir o público; “Romeu e Julieta”, derivada de um insípido poema de Arthur Brooke, que se tornou a mais célebre das tragédias de amor de todos os tempos e a obra mais conhecidas do autor; e “Julio César”, sua ultima peça renascentista.
Das tragédias de sua segunda fase, constam algumas das suas mais famosas obras: “Hamlet” (1601), onde se discute a condição humana e a loucura do poder; “Macbeth” (1606), uma visão aguda e sombria da ambição e da atmosfera asfixiante inerente à tirania; e, “Rei Lear” (1607), um enfoque da crueldade humana, incrustada na tragédia de um amor fatal, considerada, por muitos, a sua maior obra. De sua ultima fase, a peça mais conhecida é “A tempestade”, que, apesar de seu final conciliatório, mostra o contraste violento entre o monstro Caliban e o angelical Ariel.
Autor de trinta e sete peças teatrais, Shakespeare é considerado o maior dramaturgo da literatura universal. O fato de ter escrito à maneira de sua época, o fértil renascimento elisabetano, com uma técnica que nada tem em comum com a antiguidade grega ou o classicismo francês, foi durante muito tempo obstáculo para o reconhecimento de sua obra, muito mais influenciada por autores ingleses seus contemporâneos como Marlowe, Middleton ou John Webster do que pelos clássicos. Também poeta, Shakespeare escreveu dois poemas narrativos durante a juventude e mais de cem sonetos, considerados os mais belos da língua inglesa.

OBRAS:
Hamlet
Muito barulho por nada
Medida por medida
A tragédia do rei Ricardo II
A famosa história da vida do rei Henrique VIII
Henrique IV (parte I)
Henrique IV (parte II)
Vida e morte do Rei João
Macbeth
A Tempestade
A megera domada
Otelo
Júlio César
Rei Lear
Romeu e Julieta
Conto de inverno
Antônio e Cleópatra
Sonho de uma noite de verão
Tudo bem quando termina bem
As alegres senhoras de Windsor
A Comédia dos erros
O Mercador de Veneza
Os dois cavalheiros de Verona
Trabalhos de amor perdidos
A tragédia do rei Ricardo III
Coriolano
Tito Andrônico

ROMEU E JULIETA (Resumo)

Ato I. Cena 1: No mercado de Verona
Romeu, filho dos Montéquio, tenta sem sucesso declarar seu amor a Rosalina e é consolado por seus amigos Mercúrio e Benvolio. As pessoas começam a se encontrar no mercado, e uma discussão ocorre entre Tebaldo, sobrinho dos Capuleto, e Romeu e seus amigos. Os Capuletos e os Montéquio são inimigos eternos, e por isso, logo se inicia uma briga. Os Montéquios e os Capuleto lutram entre si, até que são interrompidos pela chegada do Príncipe de Verona, que tenta dar fim à hostilidade existente entre as duas famílias.

Ato I. Cena 2: A sala de Julieta na casa dos Capuleto
Julieta, brincando com sua ama, é interrompida por seus pais. Eles a apresentam a Paris, um rico e jovem nobre que pediu sua mão em casamento.

Ato I. Cena 3: Fora da casa dos Capuleto
Os convidados chegam para o baile oferecido pela família. Romeu, Mercúrio e Benvolio se disfarçam com máscaras e decidem ir em busca de Rosalina.

Ato I. Cena 4: O salão de bailes
Romeu e seus amigos chegam no clímax da festa. Os convidados vêem Julieta dançando; Mercúrio, vendo que Romeu está hipnotizado por ela, decide distrair sua atenção. Tebaldo reconhece Romeu e ordena que deixe o salão, mas um Capuleto intervém e o acolhe como convidado em sua casa.

Ato I. Cena 5: Fora da casa dos Capuleto
Enquanto os convidados deixam o salão, o Capuleto reprime Tebaldo por perseguir Romeu.

Ato I. Cena 6: O balcão de Julieta
Sem conseguir dormir, Julieta fica em seu balcão pensando em Romeu, quando ele de repente aparece no jardim. Eles então confessam o amor que sentem um pelo outro.

Ato II. Cena 1: O mercado de Verona
Romeu só consegue pensar em Julieta e, vendo um cortejo de casamento passar, ele sonha no dia em que vai desposá-la. Enquanto isso, a ama de Julieta se espreme no meio da multidão para entregar uma carta para Romeu. Ele lê e recebe o “sim” de Julieta para o casamento.
Ato II. Cena 2: A capela
Os amantes se casam secretamente com Frei Lourenço, que espera que assim se acabe a intriga entre os Motéquio e os Capuleto.

Ato II. Cena 3: O mercado de Verona
Interrompendo a farra, Tebaldo luta com Mercúrio e o mata. Romeu vinga-se da morte de seu amigo e é exilado.

Ato III. Cena 1: O quarto
Na aurora de um novo dia, a agitação na casa dos Capuleto é muita, e Romeu deve ir embora. Ele abraça Julieta e parte no momento em que os pais de Julieta aparecem com Paris. Julieta recusa-se a casar com ele, e, magoado com sua recusa, ele a deixa. Os pais de Julieta se aborrecem e ameaçam deserdar a filha. Julieta vai ao encontro de Frei Lourenço.

Ato III. Cena 2: A capela
Julieta cai nos pés do frei e implora por sua ajuda. Ele lhe dá um frasco com uma poção que a fará dormir, de maneira que todos pensem que é morta. Seus pais, acreditando estar ela realmente moribunda, irão enterrá-la no mausoléu da família. Enquanto isso Romeu, avisado pelo Frei Lourenço, irá voltar à noite para buscá-la e juntos fugirem de Verona.

Ato III. Cena 3: O quarto
Esta noite, Julieta aceita que Paris a despose, mas na manhã seguinte, quando seus pais chegam com Paris, percebem que ela está morta.

Ato III. Cena 4: O mausoléu dos Capuleto
Romeu, não avisado pela mensagem do Frei, volta à Verona atordoado com a notícia da morte de sua amada. Disfarçado como um monge, ele entra no mausoléu e, vendo Paris sobre o corpo de Julieta, o mata. Acreditando que ela está morta, Romeu se envenena. Julieta acorda, e vendo seu Romeu sem vida, se suicida também com um punhal, pois não pode viver sem seu grande amor.

Muito barulho por nada (Resumo)
William Shakespeare

Um homem e uma mulher. Os dois igualmente inteligentes, bem articulados, espirituosos, rápidos em construir respostas espertas a todo tipo de afirmação ou pergunta. É nas falas de Beatriz e Benedicto, dois dos personagens mais queridos do público de Shakespeare, que se fundamenta a parte cômica desta peça, Muito barulho por nada. Quando se encontram os dois, armam-se verdadeiros combates entre esses esgrimistas das palavras, dois alérgicos ao casamento, para o prazer do leitor ou platéia.

O lado trágico da peça nasce de pérfida intriga armada por um homem despeitado e vingativo, carregado de ódio, e que se descreve assim: “é mais condizente com meu sangue ser desdenhado por todos que pavimentar a estrada para roubar a afeição de alguém. Assim é que, muito embora não se possa dizer de mim que sou um homem honesto e bajulador, não se pode negar que sou um patife franco e leal”. Com provas falsamente arranjadas, uma inocente donzela é acusada de ser uma rameira. A história tem danças, festa de mascarados, cerimônia de casamento; tem flertes, tem príncipes e condes, damas nobres e damas de companhia; e a história tem calúnias, desafios para duelos, confrontações verbais, cerimônia fúnebre, até morte e fuga que se revertem. A história tem dores e amores; a história é teatro e é Shakespeare.

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